O PT de Caruaru continua na Frente Popular, apesar dos arranhões pessoais

Mário Flávio - 05.01.2012 às 08:00h

Há algo que o diretório municipal do PT de Caruaru pode assegurar nesse início de ano eleitoral: o partido continua na base da Frente Popular. O que não dá pra garantir, como será normal observar para outros partidos, é qual petista sairá candidato a vereador. O presidente da legenda na cidade, Josué Euzébio, tem que conseguir reagrupar o partido, conciliar tendências e evitar que desgastes pessoais com a gestão José Queiroz afetem a luta do diretório para se manter nas cadeiras do Legislativo em 2012.

Uma das primeiras questões que Josué cita é o fato de ser preciso evitar o “disse-me-disse” e posturas isoladas. “Existem especulações sobre Hérlon Cavalcanti já ter sido escolhido para ser o sucessor de Rogério Meneses. O que aconteceu na verdade foi uma reunião entre os militantes que fazem parte da tendência política de Hérlon e Rogério. E nessa reunião, o nome dele foi apontado como opção para ser o candidato. Mas, por exemplo, Dja Vasconcelos, que era dessa tendência e acredito que tenha se afastado, não participou da reunião, como outros do diretório não participaram. Não dá pra lançar esses comentários isolados”, argumentou.

No contexto

Hérlon Cavalcanti faz análise da conjuntura política de Caruaru e fala sobre sua pré-candidatura

Dja Vasconcelos diz que sem debate política, haverá racha no PT

A ideia de Josué é evitar o surgimento de intrigas pessoais que possam desestabilizar o partido. “Eu não estou defendendo nem A nem B, eu defenderei aliás, mais de um nome, caso saia mais de um pré-candidato nas eleições. Mas, nesse momento, não dá pra dizer se Hérlon tem ou não a experiência necessária para disputar, ou se Dja vai conseguir emplacar sua candidatura, é preciso o debate. No entanto, eu não creio que se trate de sucessão, é simplesmente uma decisão de quem tem condições de se estabelecer como um novo candidato”, ponderou. O diretório municipal já recebeu cópia da recomendação do calendário partidário do PT nacional e deve começar uma bateria de reuniões ainda no primeiro trimestre do ano. O objetivo será a preparação para as convenções estaduais.

Quanto as relações entre o PT e a Frente Popular de Caruaru, Euzébio é enfático. “Não se trata de nossa relação com a Frente, mas com a administração José Queiroz”, afirma. Para o presidente, não haveria como se desvencilhar de uma coligação que atua em três níveis de governo, isso significaria ao partido perder força no quadro político de Caruaru e Josué acredita que o PT, apesar de sua história na cidade, não conseguiria uma candidatura própria. No entanto, ele admite as diferenças de alguns membros com o prefeito. “O PT vai apoiar a base governista, mas existem arranhões pessoais. O prefeito tem essa dificuldade de relacionamento com quem o apoia. Isso se exemplifica na insatisfação demonstrada por Rogério Meneses. Alguns membros do partido contam que se sentem como empregados de quinto escalão e essas são arestas precisam ser melhoradas”, esclarece.

 

Josué (no meio) mantém apoio à Frente e não quer postura isolada nem Dja (esq.), nem de Hérlon (dir.)