O clima político em Lajedo, no Agreste de Pernambuco, azedou de vez entre o prefeito Erivaldo Chagas e sua vice, Socorro Duarte, ambos filiados ao Republicanos. O rompimento, até então silencioso, ganhou contornos explícitos após a exoneração do primeiro escalão da vice, mas tem raízes em duas disputas futuras: as eleições estaduais de 2026 e a sucessão municipal de 2028.
O primeiro ponto de discórdia envolve o posicionamento político para o próximo pleito estadual. O prefeito Erivaldo Chagas já declarou, nos bastidores, sua intenção de apoiar o nome do prefeito do Recife, João Campos (PSB), para o governo de Pernambuco. Socorro Duarte, por sua vez, se mantém fiel à atual governadora Raquel Lyra (PSD), que deve concorrer à reeleição. A divergência criou um impasse dentro da própria gestão, evidenciando um racha entre as duas principais figuras do Executivo municipal.
Mas é a sucessão em Lajedo que tem provocado o maior desgaste. Socorro Duarte, filha do ex-prefeito Adelmo Duarte — figura influente na política local e falecido em 2021 — se considerava uma candidata natural à sucessão em 2028. O prefeito, porém, tem outro entendimento. Erivaldo resiste à ideia de apoiar a vice e já articula outro nome para o processo sucessório, o que foi interpretado como uma quebra de acordo por parte de aliados de Socorro.
A tensão entre os dois começou a se intensificar nos bastidores e já se reflete na condução administrativa. Interlocutores relatam que a relação institucional praticamente deixou de existir e que a vice tem sido isolada das principais decisões da gestão municipal.
Apesar de ambos pertencerem ao mesmo partido, o Republicanos, o distanciamento político deve forçar uma reacomodação das alianças locais. O cenário em Lajedo antecipa o que pode se repetir em outros municípios do estado, onde as disputas por palanques em 2026 e os projetos locais para 2028 tendem a abrir novas fissuras dentro das chapas formadas em 2020.
Com o racha agora exposto, a política de Lajedo entra em novo capítulo, com disputas internas que já apontam para um embate mais amplo nos próximos ciclos eleitorais.
