Essa semana a Câmara dos Deputados finalmente aprovou o texto da Lei Geral da Copa. Após várias discussões e entraves políticos os parlamentares conseguiram colocar em pauta e finalizar a votação do projeto que agora segue para o Senado. Dentre os assuntos mais debatidos estava a liberação da venda de bebidas alcóolicas nos estádios durante a Copa do Mundo, uma das exigências da FIFA para a realização do evento. O entrave surgiu quando o governo retirou o artigo que deixava explícita tal liberação a pedido da bancada evangélica. A questão só foi superada com a edição do texto que deixa para os Estados-sede tal decisão.
Apesar de ser um tema polêmico, a questão da venda de bebidas alcóolicas durante a Copa é apenas um dentre vários assuntos que precisam ser discutidos não somente pelos excelentíssimos senhores deputados e senadores como também por toda a sociedade brasileira. O Brasil será, nos próximos quatro anos, sede dos dois maiores eventos esportivos do planeta, quando receberá povos de diversas nacionalidades, sendo nosso dever refletirmos se estamos nos preparando o suficiente para tanto.
De tamanho continental, o nosso querido Brasil assumirá o papel de anfitrião do mundo inteiro para um evento que acontecerá em várias cidades e regiões. As necessidades materiais são claras e evidentes, basta citar como exemplo que apenas três(!) cidades do país contam com sistema de metrô urbano (Recife, Salvador e São Paulo). Além disso, aeroportos, mobilidade urbana, hospedagem e – há quem brinque – até uma seleção (sic!), são outras necessidades que devem ser providenciadas com urgência, para ontem.
Mas, mesmo assim, a preparação material ainda é somente uma das etapas de uma preparação integral. De pouco adianta discutir a venda de bebidas alcóolicas sem pensar também na segurança das famílias, dentro e fora dos estádios. Pensar em mobilidade urbana importa também em (re)educar para o trânsito. Estimular a construção de novos hotéis é tão importante quanto preparar o material humano para receber pessoas de culturas diferentes.
Nesses dois eventos o Brasil se mostrará para o mundo e cada brasileiro é responsável por sua cota de participação para um resultado positivo. Não poderemos chutar a bola para o gol mas devemos mostrar que, além de sermos a sexta economia mundial, somos civilizados e responsáveis o suficiente para recebermos o mundo em nossa casa.