Os estudantes da Universidade de Pernambuco têm passado por momentos difíceis. A UPE caminha já há algum tempo em meio ao abandono e descaso por parte do governo do estado de Pernambuco. Falta manutenção nos prédios e equipamentos, professores e livros, campus precisam ser construídos, outros reformados, além da assistência estudantil que praticamente não existe.
A Universidade de Pernambuco é uma das mais importantes instituições de ensino superior do nosso estado. Forma professores, médicos, enfermeiros, engenheiros, administradores, advogados e tantos outros profissionais importantes para nossa sociedade e para o desenvolvimento econômico-social de Pernambuco.
Infelizmente o descaso é notório na universidade, basta uma visita ha algum campus ou um bate papo com um estudante pra se ter noção do abandono. É verdade que a universidade passou por um processo de interiorização nos últimos anos e alguns avanços foram conquistados, porém a falta de investimentos tornou-se rotina.
O hospital universitário Osvaldo Cruz também sofre desse mal – infraestrutura inadequada e desatualizada, falta de material, falta de médicos-professores – só pra citar alguns dos problemas do HUOC.
A universidade é pública e gratuita, mas a instituição não dispõe de um plano de assistência estudantil que atenda as necessidades dos estudantes. Isso acaba forçando muitos estudantes – principalmente os de baixa renda – a abandonarem a formação acadêmica, muitas vezes antes da metade do curso.
Os problemas não param por aí, os campus da UPE estão com a sua estrutura sucateada e outros ainda nem foram construídos, funcionando de forma precária e inadequada como é o caso do campus Gov. Miguel Arraes de Alencar em Caruaru.
Diante de tanto descaso e abandono os estudantes da UPE liderados pelo Diretório Central dos Estudantes marcaram para o dia 3 de março, quarta-feira, um ato de paralisação. A paralisação tem o apoio da UEP e ADUPE.
O ato vai começar as 8hrs da manhã na Praça da República na cidade do Recife e deve seguir até a secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado que financia a Universidade. Os estudantes vão entregar um abaixo assinado ao secretário Marcelino Granja. Também devem acontecer atos nos campi Caruaru, Garanhuns, Arcoverde, Salgueiro e Petrolina.
Entre as principais reivindicações dos estudantes estão à melhoria na estrutura e construção dos campi, mais investimentos no HUOC, criação de um plano estadual de assistência estudantil, construção restaurante universitário, implantação de casas do estudante, entre outras pautas.
O governo do estado de PE através da secretaria de ciência e tecnologia deve ter mais atenção com a UPE. São mais de 17.000 estudantes que têm o direito de uma formação pública, gratuita e de qualidade. Os estudantes da UPE devem continuar mobilizando, protestando e reivindicando o que lhes é de direito.
*Emerson Santos é estudante de Administração Pública – UFRPE