Opinião – A esquerda depois das eleições – por Paulo Nailson*

Mário Flávio - 07.10.2012 às 07:36h

O PSOL surgiu em 2005 ganhando rápida projeção por conta do discurso contra políticos denunciados por corrupção. Assim ele avançou em eleições legislativas e organizou pequenas e barulhentas bancadas. Em 2012, pela primeira vez, o Psol tem uma possibilidade real de conseguir um cargo no Executivo. Edmilson Rodrigues, atual deputado estadual, o ex-petista lidera todas as pesquisas para prefeito em Belém do Pará e pode até vencer a disputa no primeiro turno.

O PT terá crescimento mais moderado. Em Recife pode chegar no final das eleições abaixo do tucano. Porém o PSB sai fortalecido. E não foi só boa relação com Lula ou com Dilma que levou Eduardo a continuar bem sucedido neste processo, a linha de políticas públicas que buscam desenvolver a sociedade pontuou favorável. PCdoB e PDT estão também na rota do crescimento. A direita permanecerá com sobrevida com DEM e PSDB, sendo este último mais forte. O PSD e PMDB caminhando pelo centro.

No balanço final comenta-se que 13 partidos dividem a liderança das disputas nas 26 capitais. Oito deles são da base do governo e dois se declaram independentes, mas costumam acompanhar as orientações do Planalto. PSDB, DEM e PSOL, juntos, ganham a disputa com folga em seis capitais e dividem a dianteira em cinco.

Ser ou não ser esquerda, eis a questão.

A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca, na qual relata a dor e o o sofrimento de Hamlet quando descobre as ações de seu tio para possuir o trono da Dinamarca. O tio matou seu pai e ainda engravidou a mãe.

No poema aparece a famosa frase de Shakespeare “To be or not to be, that’s the question”.

Ser esquerda é…

Conseguir aliar teoria com a prática socialista; reuni-se periodicamente para estudar, discutir, propor soluções para questões da sociedade, avaliando e corrigindo rumos.

Facilitar o acesso a informação; socializar a formação e informação; ser e fazer militantes; se posicionar a favor dos menos favorecidos; combater, denunciar e se organizar contra toda forma de opressão.

Manter relacionamento saudável com movimentos sociais, ONGs, entidades sociais, etc. Organizar ou apoiar frente de lutas sindical, estudantil, gênero, raça, cultura, lazer, desportos, comunicação, etc.

Amar e defender a nação; priorizar a saúde, educação, moradia digna, segurança e sempre buscar excelência no serviço público; defender a soberania das nações, se posicionando contra a ALCA, OMC, FMI, privatizações, guerra e militarização.

Apoiar e participar de fóruns, congressos, eventos, assembléias e outras iniciativas de organização e mobilização popular.

Jeremias Ferrati

CONSTITUIÇÃO CIDADà– Há 24 anos, em 5 de outubro de 1988 o deputado Ulisses Guimarães, após presidir a Constituinte, promulga a Constituição. Pelas conquistas que incorpora, a Carta passa a sofrer o furor constituicida da direita neoliberal.

DOIS PENSAMENTOS PARA PENSAR:

Sobre política Henry Ford: “Amar o povo é fácil. O difícil é amar o próximo.” Já Alexis de Tocqueville disse: “Na política, os ódios comuns são a base das alianças.”

*Paulo Nailson é dirigente político com atuação em movimentos sociais, Membro da Articulação Agreste do Fórum de Reforma Urbana (FERU-PE) e Articulador Social do MTST. Edita a publicação cristã Presentia. Foi dirigente no PT municipal por mais de 10 anos. Cursa Serviço Social.