Depois de desabafar semana passada que estava sendo perseguido pelo governo municipal em Caruaru, o vereador Neto (PMN), usou a tribuna na noite dessa terça (09), na Câmara Municipal, para praticamente se reapresentar como vereador de oposição. Há alguns dias, ele disse que teria sido sofrido retaliação do prefeito Zé Queiroz (PDT) por se abster da votação do projeto que atualizaria o Sistema de Transporte Público em Caruaru. Especificamente, ele falou da retirada de máquinas de aração de terra para 16 famílias no Alto do Moura e levou os agricultores, que segundo ele, foram prejudicados com a decisão política do prefeito Zé Queiroz (PDT).
“Volto a afirmar tudo o que disse na semana passada. Trouxe aqui os agricultores para provar que não estou mentindo. Está aqui o presidente da Associação de Taquara de Baixo para provar. Queiroz não está me prejudicando, mas ao povo. Ele diz que não existe perseguição política, mas se isso o que ele fez não é perseguição me digam o que é? Será que tem que apontar uma pistola na cabeça?”, disse.
No contexto
Neto diz que foi perseguido ao votar contra o governo municipal
Zé Queiroz nega perseguição política contra Neto
Na verdade o discurso de Neto foi para rebater o que disse o prefeito de Caruaru. Em entrevista ao blog, Queiroz garantiu que não perseguiu a Neto e que estava disposto a receber o vereador para acertar os ponteiros com ele. “Quando resolvi participar de uma forma mais efetiva na política, nada mais foi do que a necessidade de poder servir. Ser a voz de todos aqueles que não conseguem ser ouvidos. É difícil compreender que, para ser esta voz, você tenha que perder sua identidade, não ter liberdade de expressão porque os caciques da política se acham no direito de exigir de você compromissos com grupos, contrariando assim qualquer sentimento de democracia. Entendo que esta casa, como qualquer outra legislativa, não deve servir de reboque para o poder executivo. A história está aí para comprovar que os caciques furtam o direito do povo, massacram o sonho de uma juventude e decepam com o seu autoritarismo toda e qualquer forma de diálogo”, ressaltou o vereador.
Ele garantiu ainda que não quer ser visto como um parlamentar em busca de barganhas políticas. “Não estou aqui para barganhar cargos e muito menos empregos, porque a minha necessidade não é e nem será maior de que meus princípios e minha vergonha. Serei um vigilante constante de todas as ações do executivo, levando todas as informações de forma transparente aos órgãos de imprensa que ainda fazem do jornalismo a forma mais curta de se chegar à ética. Serei ético com os projetos que chegarem com clareza e que tenham na sua essência os anseios da população menos favorecida. O que for bom para o povo será bom para mim”, completou.
Neto ainda leu uma carta escrita pelo presidente da Associação de Taquara em que repudiava a atitude de tirar os tratores por causa de perseguição política e disse que outros vereadores foram perseguidos. “O colega Cecílio Pedro também teve o irmão demitido e pessoas ligadas a ele fora da prefeitura. Tenho vergonha desse tipo de política”, disparou o edil.