Lula se reúne com ministros do STF após sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes

Mário Flávio - 30.07.2025 às 21:44h

Em mais um capítulo da crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu na noite desta quarta-feira (30) com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir as sanções impostas pelo governo norte-americano ao ministro Alexandre de Moraes.

O encontro, realizado no Palácio do Planalto, contou com a presença do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e dos ministros Gilmar Mendes e Cristiano Zanin. A reunião ocorreu poucas horas após o STF divulgar uma nota oficial de solidariedade a Moraes e reafirmar que a Corte “não se desviará de seu papel de cumprir a Constituição”.

A iniciativa do encontro partiu do presidente Lula, que também havia convocado, ao longo do dia, uma reunião emergencial com ministros da Esplanada para articular uma resposta institucional às recentes medidas anunciadas por Washington, incluindo a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

Nota do Planalto defende soberania e independência entre poderes

Após as reuniões, o Palácio do Planalto divulgou nota oficial em tom firme, reiterando os princípios que norteiam a política externa e o funcionamento das instituições brasileiras.

“O Brasil é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. Um país que defende o multilateralismo e a convivência harmoniosa entre as Nações, o que tem garantido a força da nossa economia e a autonomia da nossa política externa”, afirmou o governo.

A reunião simboliza a unidade entre o Executivo e o Judiciário diante da ofensiva internacional do governo Donald Trump, que impôs sanções contra Moraes sob a alegação de violações à liberdade de expressão e perseguição política — acusações refutadas tanto pelo STF quanto pelo governo brasileiro.

A expectativa é de que o Brasil amplie sua articulação diplomática e jurídica para reverter os impactos das medidas adotadas pelos Estados Unidos, mantendo sua posição firme em defesa da soberania nacional e da legalidade das instituições democráticas.