Lula Cabral pede à governadora reforço da Força Nacional contra violência no Cabo

Mário Flávio - 25.06.2025 às 23:07h

O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, entregou oficialmente à governadora Raquel Lyra (PSD), na tarde desta terça-feira (25), um ofício solicitando a convocação da Força Nacional de Segurança Pública para atuar no município. No documento, o gestor também propõe a criação de uma força-tarefa composta por policiais judiciários federais e estaduais com foco no combate à criminalidade crescente na cidade.

A iniciativa ocorre em meio a um cenário alarmante de violência. Apenas no mês de maio, o município registrou 17 homicídios, o que representa um aumento de 21,4% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 14 assassinatos. De janeiro a maio deste ano, já foram 68 homicídios. Em junho, até esta segunda (24), 13 mortes violentas foram registradas.

“Nossa gente virou refém da falta de policiamento e de políticas estaduais que nos ajudem a combater a violência. O 18º Batalhão da Polícia Militar, que atende Ipojuca e Cabo, conta com cerca de 320 policiais. Isso dá uma média de um policial para cada mil habitantes. É muito pouco”, afirmou o prefeito.

Apesar dos investimentos em programas de segurança cidadã no município, Lula Cabral reforçou que sem o suporte do governo estadual — responsável pelo policiamento ostensivo e investigações — as ações municipais se tornam insuficientes diante da escalada da criminalidade.

A solicitação da Força Nacional segue os protocolos do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e precisa, obrigatoriamente, ser iniciada pelo Governo do Estado, que tem a prerrogativa de solicitar o apoio federal. Com o ofício entregue, a expectativa da prefeitura é de que Raquel Lyra formalize o pedido ao MJSP, o que abriria caminho para a atuação emergencial da tropa no município.

O Cabo de Santo Agostinho, localizado na Região Metropolitana do Recife, tem enfrentado uma pressão crescente da população, que cobra respostas mais contundentes diante da sensação de insegurança. A ação de Lula Cabral eleva o tom da cobrança sobre o governo estadual e expõe um impasse que já preocupa prefeitos de outras cidades da região.