João Doria toma posse como governador de São Paulo

Mário Flávio - 01.01.2019 às 09:28h

Do G1

O governador eleito João Doria (PSDB) e o vice-governador eleito Rodrigo Garcia (DEM) tomaram posse dos cargos na manhã desta terça-feira (1º) na Assembleia Legislativa de São Paulo. Doria prometeu fazer um governo para o povo. “Pelo povo lutarei e pelo povo governarei em São Paulo. Devemos fazer o governo que a população deseja, o governo do povo, com os políticos e com partidos “, discursou Doria.

Em seu discurso de 25 minutos, Doria prometeu fazer um governo empreendedor. “A população quer um governo eficiente e um governo de resultados. Vamos pensar São Paulo grande.”

Doria disse que a redução da pobreza será uma das prioridades do seu governo. “O melhor programa social para o Brasil é o emprego. A política precisa trocar ideologia por trabalho.” Ao final do discurso, Doria chorou ao citar os pais Maria Sylvia e João Doria.

Em seguida, Doria foi para o Palácio dos Bandeirantes onde recebeu o cargo do até então governador Márcio França (PSB). Na Assembleia, Doria e Garcia fizeram um juramento prometendo respeitar a Constituição Federal e a do Estado. Em seguida, assinaram um termo de posse, que oficializa o início do mandato. “Prometo cumprir e fazer cumprir a Constituição Federal e a do estado de São Paulo e obedecer às leis.”

Doria disse que todo mês estará presente por 2h30 na Assembleia Legislativa para dialogar com os deputados estaduais. “Valorizar o diálogo, o contraditório e a prática democrática”, destacou Doria.

O governador disse que os eleitores estão cada vez mais atentos aos trabalhos dos palamentares e do executivo. “Temos o desafio de atender o sentimento de renovar a política que os brasileiros de São Paulo manifestaram nas eleições.”

Sobre os secretários e demais membros de sua equipe de governo, Doria afirmou: “Deixei claro ao ter um time que é uma seleção que todos ali foram selecionados e deverão ser além de honestos, altamente eficientes e criativos. E se não forem, serão cortados, simples assim”.

Doria diz que defende mudanças no PSDB. “Defendo uma reestruturação no meu partido. Nós temos que ter a coragem de mudar, de sintonizar. Transformar não significa desrespeitar a história do PSDB, sobretudo aquela escrita por Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Mario Covas, Geraldo Alckmin. Vamos ajudar o PSDB a estar sintonizado com o novo Brasil”, afirmou.

O governador prometeu apoiar o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PFL). “Nesta casa assisti por mais de uma vez o discurso de posse de Mario Covas. Mario Covas declarou: “São Paulo jamais virará as costas para o Brasil”.

“Nosso governo não virará as costas para o Brasil. E o meu partido, o PSDB, também não vai virar as costas para o Brasil. Os partidos, como os governos, precisam de novas posições, novos compromissos, novos projetos.”

“Vamos apoiar as iniciativas do presidente Bolsonaro que resultem no progresso do Brasil. Vamos apoiar a reforma da Previdência e o Pacto Federativo. Nossos parlamentares federais estão engajados na redução da maioridade penal de 18 para 16 anos e no projeto que põe fim à saidinha das prisões. Bandido tem que cumprir pena na cadeia.”

“São Paulo vai trabalhar junto com o presidente na atração de investimentos internacionais para o Brasil, oferecendo segurança jurídica, transparência e ambiente seguro para a instalação de novas fábricas, comércio e centros de tecnologia e serviços.”

Doria tem 61 anos. Ele foi eleito para governador de São Paulo no segundo turno das eleições de 2018, com mais 10,9 milhões de votos. Doria foi eleito prefeito da capital paulista no 1º turno em 2016 e tomou posse em janeiro de 2017. Mas deixou o cargo um ano e três meses depois da posse, em abril de 2018, para concorrer ao cargo de governador.

Paulistano, Doria nasceu em 16 de dezembro de 1957, filho do publicitário e ex-deputado federal João Doria e de Maria Sylvia Vieira de Morais Dias Doria. Logo após o golpe militar em 1964, seu pai, publicitário e marqueteiro político, que se elegera deputado federal teve o mandato cassado, o que fez com que a família se exilasse em Paris por 2 anos.

De volta ao Brasil, a mãe de Doria instalou uma fábrica de fraldas em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo e Doria foi estudar na Escola Estadual Professora Marina Cintra, na rua da Consolação. Durante a campanha, em 2 de setembro, o então candidato visitou a escola. Doria foi recebido pela diretora e visitou a parte administrativa, conversou com alunos em uma sala de aula e tirou fotos com outros que estavam no horário do intervalo.

Em 1970, aos 13 anos, Doria começou a ajudar sua mãe na fábrica. Mais tarde, por meio das relações do pai, conseguiu um estágio em um departamento de Rádio, TV e Cinema de uma agência de propaganda.

Doria fez faculdade de Comunicação Social na FAAP e logo assumiu uma diretoria na antiga TV Tupi. Depois, tornou-se diretor na Rede Bandeirantes e ficou à frente da MPM, maior agência de propaganda do país na década de 80.

Hoje, Doria é casado com a artista plástica Bia Doria e tem três filhos. Ele tem dois livros lançados: “Sucesso com Estilo” e “Lições para Vencer”.

Sua grande marca está no Grupo Doria, grupo de Comunicação e Marketing composto por seis empresas: DoriaAdministração de Bens, Doria Editora, Doria Eventos, Doria Internacional, Doria Marketing & Imagem e LIDE (Grupo de Líderes Empresariais).

Foi no LIDE, que atualmente possui 1.650 empresas filiadas e que representam 52% do PIB privado brasileiro, que Doria se consolidou líder empresarial e articulador entre os empresários.

Também atuou como Publisher da Doria Editora que publica 18 revistas segmentadas voltadas para empresários e o público de classe A, entre elas: LIDE, Caviar LifeStyle, Gabriel, Meeting & Negócios, Mulheres líderes e Oscar.

Doria foi secretário Municipal de Turismo, além de presidente da PAULISTUR entre 1983 e 1986, na gestão de Mário Covas na Prefeitura de São Paulo. Posteriormente, presidiu a Embratur e o Conselho Nacional de Turismo, de 1986 a 1988.

Saúde, educação, segurança pública, corrupção e geração de empregos são, pela ordem, os os maiores problemas do estado de São Paulo, na opinião de eleitores, de acordo com pesquisa Ibope realizada em agosto, antes do primeiro turno das eleições. O desafio do governador que toma posse agora será cumprir as promessas nessas áreas.