
Levantamento divulgado nesta quinta-feira (12) pelo instituto Ipsos-Ipec aponta que 43% dos brasileiros avaliam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ruim ou péssimo, enquanto 25% consideram a gestão boa ou ótima. Os dados revelam estabilidade em relação à pesquisa anterior, de março, mas reforçam as dificuldades do governo em recuperar a popularidade em seu terceiro mandato.
É a segunda vez desde janeiro de 2023 que o índice de avaliação negativa supera o de avaliação positiva. Segundo o Ipsos-Ipec, a pesquisa entrevistou presencialmente 2.000 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 5 e 9 de junho, em 132 municípios do país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
Números da avaliação do governo:
- Ruim ou péssimo: 43% (em março, eram 41%)
- Regular: 29% (em março, eram 30%)
- Ótimo ou bom: 25% (em março, eram 27%)
- Não sabem/não responderam: 2%
Aprovação da forma de governar:
- Aprova: 39% (em março, eram 40%)
- Desaprova: 55% (sem variação)
- Não sabem/não responderam: 6%
A rejeição ao governo é especialmente alta entre quem declara ter votado em Jair Bolsonaro em 2022 (75%), pessoas com renda superior a cinco salários mínimos (59%), mais escolarizados (51%) e evangélicos (50%).
Já a avaliação positiva tem melhor desempenho entre eleitores que votaram em Lula em 2022 (53%), moradores do Nordeste (38%), menos escolarizados (36%), quem tem renda de até um salário mínimo (33%) e católicos (32%).
Entre as faixas etárias, o crescimento mais expressivo da avaliação negativa ocorreu entre os entrevistados de 45 a 59 anos, passando de 37% para 45%, e entre moradores das regiões Norte e Centro-Oeste, onde a reprovação subiu de 43% para 50%.
O cenário traçado pela pesquisa aponta que, mesmo diante de uma base consolidada entre segmentos historicamente ligados ao petismo, Lula enfrenta um quadro de desgaste precoce e dificuldades em dialogar com setores médios e conservadores — desafio que deve pesar na construção de alianças e na governabilidade até 2026.