Como quem manda no governo é o Centrão, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão. O chanceler está no Palácio do Planalto neste momento em conversa com o presidente Jair Bolsonaro.

O próprio chanceler informou o pedido a seus subordinados do Itamaraty.

A saída ocorre em meio à desastrosa política de relações internacionais para aquisição de vacinas. O chanceler tinha uma relação tensa com Estados Unidos, China e Rússia, três dos principais agentes negociadores de imunizantes contra a covid-19. A vacinação está a passos lentos no Brasil.

Ernesto Araújo já tinha a cabeça pedida pelo Centrão, liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que encabeçou o movimento pela saída do chanceler do cargo.

Neste fim de semana, o Senado passou a endossar em peso a saída de Araújo.

Neste domingo, Ernesto postou em uma rede social que não teria cedido a um pedido da senadora Katia Abreu, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, para acenar ao lobby chinês em relação ao tema do 5G no país. A acusação gerou forte reação de deputados e senadores, e Katia Abreu chegou a chamar o agora ex-chanceler de marginal.

Nesta segunda, houve movimentações para formular um pedido de impeachment de Ernesto e a ameaça de que indicações para postos diplomáticos seriam bloqueadas.