Centro das atenções no encontro com vereadores realizado na sexta-feira (30), em Caruaru, o presidente estadual do PTB, Armando Monteiro, concedeu entrevista ao blog em que discute a necessidade de fortalecer o partido na construção de chapas proporcionais para candidatos a deputado estadual e federal em 2014. Algo que não deixa também de estar relacionado à própria pré-candidatura dele ao governo, já que as lideranças presentes no evento tietavam o senador como se já fosse candidato confirmado.
Na verdade, Armando tenta se esquivar de comentários que o coloquem em colisão com o governador Eduardo Campos (PSB), que ainda vai avaliar seu candidato para sucessão. Mesmo assim, o petebista deixa claro que deseja mais espaço para o partido nas eleições e que não deixará que a proposta da legenda seja vetada, ou excluída. Ainda em pauta, a possibilidade de construir uma chapa majoritária com um nome caruaruense e ainda, como lidar com vereadores insatisfeitos que planejam sair do PTB, como ocorre com Ernesto Maia em Santa Cruz do Capibaribe.
Em seu discurso durante o encontro, o senhor citou que o PTB não poderia ser vetado ou excluído no processo eleitoral do ano que vem. O que o senhor quis dizer exatamente?
O PTB é um partido que sempre atuou para congregar, unir, reunir, mas como nós somos um partido solidário na aliança, não podemos nunca nos sentir excluídos ou isolados. Isso significaria uma posição inaceitável. O PTB reafirma o compromisso com essa Frente que nós integramos, mas com a certeza de que somos uma força independente que vai continuar a atuar e, eu espero, reunir mais companheiros nessa frente.
Isso significa que o senhor pretende buscar alianças com partidos que não necessariamente façam parte da conjuntura da Frente Popular construída pelo governador Eduardo Campos, como é o caso do PT?
Essa Frente em Pernambuco, se depender de nós, será mantida. Agora, o que é que hoje pode apontar para a perspectiva de que essa Frente não se mantenha unida? É a existência de duas candidaturas no plano nacional: na hora que o PSB assume – e é justo – uma candidatura à presidência da República, aí você terá naturalmente uma divisão dos palanques em Pernambuco, o PT já estará alinhado no palanque de Dilma, e o PSB no de Eduardo. Essa definição será muito importante para condicionar as nossas alianças aqui.
Nós vimos durante o encontro várias camisas com dizeres Pernambuco com Armando, PTB segue em frente. Isso é um indício mesmo da sua pré-candidatura ao governo de Pernambuco?
Alguns companheiros se manifestam livremente, a política vive sempre celebrando expectativa. Mas a chapa majoritária será definida em momento próprio, em função de uma série de definições que ainda precisam ocorrer tanto no cenário nacional, quanto no cenário regional.
Somos uma força independente que vai continuar a atuar e, eu espero, reunir mais companheiros nessa frente
Existe a possibilidade de essa conjuntura contar com alguém de Caruaru, como o prefeito Zé Queiroz, ou o deputado Wolney Queiroz?
Eu não gostaria de me pronunciar sobre isso, pois é algo que será definido pelos partidos. Agora o que posso dizer seguramente é que qualquer chapa majoritária em Pernambuco, pra ser competitiva, precisa ter a presença de Caruaru.
O senhor esperava a participação do prefeito de Caruaru, Zé Queiroz, mesmo ele sendo do PDT e esse evento ser algo específico do PTB?
Não, Zé Queiroz é nosso amigo, eu pude estar com ele e o deputado federal Wolney Queiroz antes de vir para o encontro, tivemos um café da manhã e eu o liberei de vir para o evento, pois ele tem a própria agenda de compromissos.
O senhor já havia dito que se dependesse de sua boa saúde, o empresário Douglas Cintra iria ter que esperar um bom tempo pra assumir sua vaga no senado. Mas, na possibilidade de o senhor sair candidato, o que faz dele o suplente de senador ideal?
Primeiro, ele é uma pessoa que já revelou compromisso em Pernambuco. É um grande empreendedor na área privada, mas é capaz de pensar no coletivo também. Então é um companheiro que considero ideal, por ser solidário e ter condições de exercer um mandato com conhecimento dos problemas de Pernambuco.
O senhor vinha destacando que pretende ter o maior número de candidatos a deputado estadual e federal possível em Pernambuco. No entanto, há aqueles que não estão satisfeitos e que consideram não ter espaço para se candidatarem no próximo ano, como é o caso do vereador Ernesto Maia, sobrinho do deputado federal Zé Augusto Maia, e que cogita sair do PTB para o PSL. Como lidar com esse tipo de problema?
São opiniões que eu não posso deixar de respeitar. Mas o fato é que, em Santa Cruz do Capibaribe, o PTB tem um líder que é Zé Augusto Maia, que está exercendo seu mandato, então a prioridade é reelegê-lo. Isso deve ser compreendido.
Atualmente está em moda na política falar em interiorização do desenvolvimento. Como é possível colocar isso em prática?
É necessário distribuir melhor o desenvolvimento, em cada área do estado. Esse é um processo que precisa ser permanente e atingir uma grande parcela de pernambucanos que ainda estão à margem. O PTB de Pernambuco busca oferecer uma visão de futuro. Não é justo que o pernambucano do Sertão tenha um terço da renda do pernambucano do Recife e da Região Metropolitana. Não podemos ter pernambucanos de duas ou três categorias. Precisamos desenvolver um novo eixo de desenvolvimento, que possa se consolidar no interior, para que saiamos do desenvolvimento extraordinariamente concentrado na região metropolitana do Recife.