O debate entre os candidatos a prefeito realizado pela Rádio Jornal nesta quarta-feira (12) não revelou muitos pontos novos. O encontro foi mediado de forma interessante pelo radialista Geraldo Freire, que manteve o programa como um diálogo entre os candidatos Fábio José (PSOL), Zé Queiroz (PDT) e Miriam Lacerda (DEM), o que serviu para quebrar o gelo e deixar o debate mais solto. No entanto, o confronto entre os prefeituráveis na verdade aparentou mais uma continuação dos dois últimos debates realizados em Caruaru, com os candidatos insistindo em perguntas já feitas anteriormente.
Na verdade, o candidato Fábio José (PSOL) começou o segundo bloco indagando novamente Zé Queiroz (PDT) sobre a necessidade de implantação de mais uma policlínica na cidade, especificamente no bairro Salgado. Em debate anterior, o pesolista havia considerado que Queiroz não respondera adequadamente seus questionamentos. Queiroz, mais uma vez, reforçou o discurso da construção de uma nova rede de Saúde na cidade e também minimizou os questionamentos de Fábio sobre os gastos do governo com propaganda institucional. “É preciso que se entenda que a parceria com o governo estadual está possibilitando a instalação de novas unidades de Saúde em Caruaru, como é o caso da UPA Estadual, e também da previsão para construção do Hospital Mestre Vitalino e o Hospital da Mulher. Os investimentos estão sendo feitos e teremos UPA de norte a sul, leste a oeste. Quanto aos nossos gastos orçamentários, o candidato Fábio José deveria entender que há uma diferença entre orçamento e finanças”, rebateu Queiroz.
Outro destaque do debate foram os questionamentos sobre Cultura. Ainda porque, mais do que se pôde perceber no debate anterior realizado na Rádio Liberdade, a sintonia de críticas de Miriam e Fábio contra Zé Queiroz ficou evidente. Tanto a democrata quanto o pesolista disparam contra a atual gestão, afirmando que as manifestações culturais na Capital do Agreste se restringem à realização do São João no meio do ano. “É necessário investir em eventos e manifestações culturais locais durante todo o ano, é possível estimular eventos religiosos, eventos pós-carnaval, assim como manifestações culturais depois do São João, para que o Turismo seja estimulado e para que os artistas locais sejam valorizados. Atualmente, o São João está perdendo espaço para outras festividades juninas, como as de Campina Grande. Nós tínhamos a Vila do Forró que foi derrubada da noite para o dia, era um ponto histórico, onde muitos romances foram iniciados”, criticou Fábio, o que foi inclusive pontuado por Miriam como questões importantes levantadas pelo pesolista.
Já a democrata continua focando suas críticas nos projetos não cumpridos pela atual gestão, ou nos temas polêmicos envolvendo a administração. Miriam destacou, por exemplo, o contrato de locação da sede do Comércio Futebol Clube de Caruaru, que gerou repercussão negativa nacional em reportagem do SBT, já que as alegações eram de que o local ficou abandonado durante um ano, enquanto a prefeitura pagava a locação. “Durante mais de um ano a prefeitura gastou dinheiro público com a locação de um local que não foi utilizado, o que repercutiu negativamente em nível nacional, esse tipo de problema revela que a atual gestão age de forma improvisada”. Em resposta, Queiroz explicou que a prefeitura assinou decreto de desapropriação do imóvel em março de 2011, para que o local seja destinado à construção de uma escola de tempo integral. Os valores desembolsados pelo Município seriam, automaticamente, deduzidos no processo de desapropriação.
Os candidatos debateram ainda sobre trânsito, educação e geração de emprego. Os prefeituráveis debateram por uma hora e o programa fez parte da programação do aniversário de 61 anos da Rádio Jornal Caruaru. Um outro debate promovido pelo Sistema Jornal do Commercio está sendo preparado, desta vez a ser realizado pela TV Jornal Caruaru, no dia 25 de setembro.