A audiência pública do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), realizada nesta quarta-feira (11) na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados — em conjunto com a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle — foi interrompida após cerca de três horas, marcada por tensão e um acalorado bate-boca entre Haddad e deputados da oposição, especialmente dois bolsonaristas: Nikolas Ferreira (PL‑MG) e Carlos Jordy (PL‑RJ).

De acordo com Haddad, os parlamentares “fizeram as perguntas e saíram antes de ouvir as respostas”, atitude que qualificou como “molecagem”. O ministro afirmou ainda considerar “um desrespeito” que os deputados deixassem a sessão antes de sua resposta, questionando: “qual é o objetivo de uma reunião como essa?”

O impasse começou quando Nikolas e Jordy criticaram publicamente a chamada “gastança” do governo, o aumento da inflação, novos impostos e o déficit nas contas públicas. Após Haddad chamá-los de “moleque”, Jordy retornou à comissão e revidou chamando o ministro de “moleque” — e acusando-o de promover “o maior déficit fiscal da história” e de ter um “governo pior do que uma pandemia”.

O deputado Nikolas Ferreira também se prontificou a falar, mas foi interrompido pelo presidente da comissão, deputado Rogério Correia (PT‑MG), sob a justificativa de que ele falava “aos berros” e não tinha questão de ordem formal. A partir daí, a sessão se deteriorou com troca de ofensas entre deputados de ambos os lados. Correia, sem conseguir restabelecer a ordem, encerrou a audiência, liberando Haddad e encerrando os trabalhos.