Horas depois de ter sido alvo de sanções impostas pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apareceu publicamente na Neo Química Arena, na noite desta quarta-feira (30), para assistir ao clássico entre Corinthians e Palmeiras, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. A presença do magistrado no estádio chamou atenção não apenas pelo contexto político, mas também por sua reação a torcedores que o vaiaram: Moraes respondeu com um gesto obsceno, erguendo o dedo médio em direção ao público.
Acompanhado da esposa e vestindo traje informal, o ministro acenou, sorriu e ainda mandou um “vai, Corinthians” ao ser abordado por um interlocutor. Ele assistiu ao jogo de um dos camarotes do estádio, sem registro de tumulto, segundo apuração do jornal O Estado de S. Paulo. O gesto de provocação, porém, viralizou nas redes sociais e gerou forte repercussão.
Durante a transmissão da partida pelo Amazon Prime, o narrador Galvão Bueno mencionou a presença do ministro:
“Aí você vai vendo a presença do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que está envolvido em toda essa conversa, essa disputa com o governo dos Estados Unidos. Mas isso é política. Ele está ali como torcedor. Tem todo o direito de estar ali como torcedor.”
Sanção inédita contra autoridade de país democrático
Mais cedo, Moraes foi incluído na lista de sanções da Lei Magnitsky pelo governo Donald Trump. A legislação americana, que costuma ser aplicada contra violadores de direitos humanos em regimes autoritários, impõe restrições financeiras, como bloqueio de contas e proibição de entrada nos EUA. Com isso, o ministro passa a ter acesso limitado a qualquer ativo no sistema financeiro norte-americano.
Também tiveram seus vistos suspensos outros sete ministros do STF e o procurador-geral da República, Paulo Gonet. A medida foi amplamente criticada por integrantes do Judiciário e já provocou reações formais do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto.
A presença de Moraes em um evento esportivo logo após o anúncio da sanção, somada ao gesto considerado provocativo, foi interpretada por aliados como uma demonstração de que o ministro não pretende recuar diante da pressão externa. A oposição criticou o gesto e a postura do magistrado. O STF, procurado pela imprensa, ainda não se manifestou oficialmente sobre o episódio no estádio.
