João Lyra: “Por solidariedade a Eduardo Campos, deverei ir para o PSB”

Mário Flávio - 12.03.2013 às 22:56h

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O vice-governador de Pernambuco, João Lyra (PDT), confirmou que deve deixar o PDT e ir para o PSB. Ele disse isso em uma breve entrevista coletiva no fim da sessão solene em homenagem ao pai, João Lyra Filho, realizada na noite dessa terça (12), em Caruaru. Lyra argumentou que essa decisão representa um “gesto solidário” ao governador Eduardo Campos, presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro, e que já é ratificado pelo próprio João como pré-candidato à presidência da República. João deve, no entanto, ter uma conversa ainda com Brizola Neto e Cristóvam Buarque sobre essa decisão.

“Recebi um convite do Ministro Brizola Neto para ir a Brasília conversar com ele. Também recebi um telefonema do senador Cristóvam Buarque, e devo viajar na próxima sexta (15) para conversar com essas duas lideranças. Vou falar também com o presidente do grupo e com outras lideranças, mas nosso caminho está traçado. Eu deverei ir para o PSB e o motivo principal é a minha solidariedade ao governador Eduardo Campos. Ele está se colocando como pré-candidato à presidência da República e eu fico muito mais confortável estando no seu partido, em um momento em que o PSB precisa buscar aliados e quero trabalhar internamente para buscar aliados”, esclareceu o pedetista.

Na verdade, João já foi filiado ao PSB, mas foi para o PDT em 1989, seguindo seu irmão, Fernando Lyra, que disputou à época a vice-presidência da República, na chapa encabeçada por Leonel Brizola. “Eu já fiz parte do PSB, mas fui para o PDT quando Fernando foi candidato a vice, com Leonel Brizola. Acho que todos os partidos da Frente Popular têm os mesmo princípios, mas por uma questão de solidariedade, eu deverei estar a caminho do PSB”, reforçou.

Questionado se ele se considera capaz de disputar o governo do estado em 2014, João ponderou, mas disse que seria uma honra dar continuidade aos projetos de Eduardo e com discurso parecido ao do socialista, explicou que é cedo pra tocar nesse assunto. “Temos que construir o mandato pós-Eduardo, que tem a grande marca de transformação econômica e política de Pernambuco. Nós que somos liderados no seu grupo político vamos conversar muito, discutir muito e achar uma alternativa de candidatura que represente uma consolidação desse projeto e uma ampliação da gestão de Eduardo Campos. Mas, como ele disse, é muito cedo para debater candidatura. Temos 2013 todo, a tendência no Brasil é se recuperar na economia, a tendência é que Eduardo consolide sua candidatura até o final do ano, para que possamos iniciar 2014 definindo a coligação que vai suceder Eduardo. Se eu tiver a honra de ser escolhido, eu vou ter o mesmo compromisso que Eduardo teve durante esses oito anos de governo e vou trabalhar com todos os partidos, para que possamos, não só consolidar essa marca, mas avançarmos ainda mais”, avaliou o vice.

No entanto, problemas internos do PDT nacional e estadual também servem de fatores para a saída de João. Ele disse que a conversa que terá com Cristóvam e Brizola Neto não será apenas para comunicar isso oficialmente, mas que tudo será debatido. Ainda assim, ele cita a necessidade de uma reformulação significativa na estrutura do PDT em nível nacional. “Vamos conversar, agora minha decisão praticamente está tomada. Depois que voltar de Brasília, vou conversar com o presidente Lupi e com o presidente estadual, Zé Queiroz”, continuou Lyra, que nas últimas eleições municipais volta e meia trocou farpas com Queiroz, reeleito prefeito de Caruaru e não subiu no palanque de Queiroz.

Lyra disse que além dele, o senador Cristóvam também tem reclamado dos problemas do PDT. “Ele e mais dois senadores entregaram ao presidente Lupi um documento com reivindicações e estão aguardando a resposta. Vamos aguardar. Acho que o PDT precisa passar por uma grande transformação e ser um partido mais democrático, deixar de ter comissões provisórias e instituir diretórios estaduais e isso precisa ser discutido com todos”, completou o pedetista.