Num raro momento de consenso em meio à polarização política que marca o país, bolsonaristas e lulistas se viram do mesmo lado: o da torcida pelo Botafogo. A vitória histórica do clube carioca por 1 a 0 sobre o Paris Saint-Germain, em jogo válido pela “cola” do Mundial de Clubes da FIFA, deixou as diferenças partidárias em segundo plano e reacendeu um sentimento coletivo de orgulho nacional em torno do futebol brasileiro.

A atuação firme e disciplinada do time da estrela solitária contra uma das potências do futebol europeu foi celebrada nas redes sociais por torcedores de diferentes espectros políticos. Perfis com bandeiras da esquerda e da direita, normalmente envolvidos em embates ideológicos, exaltaram a vitória como uma resposta do Brasil ao futebol globalizado e milionário da Europa.

Além do Botafogo, o bom desempenho de outros clubes brasileiros no mundial tem ajudado a alimentar esse clima de união simbólica. Palmeiras, Flamengo e Fluminense jogando bem têm reforçado a imagem de que o futebol do país ainda é competitivo e capaz de enfrentar os gigantes do planeta.

No caso do Botafogo, a vitória contra o PSG, além de histórica, teve um peso simbólico: mostrou que um clube que por décadas carregou o rótulo de “glórias do passado” está de volta ao protagonismo — e que isso pode ser celebrado por todos, independentemente da preferência política.

Num Brasil dividido por narrativas eleitorais, o futebol mais uma vez cumpriu seu papel de ponte. Ao menos por 90 minutos, o que uniu o país foi a camisa alvinegra, a estrela solitária e a paixão pelo jogo.