Em entrevista ao programa Conteúdo, na rádio Caruaru FM, o ex-vereador Zé Carlos Menezes (PT), acompanhado do vice na chapa do PSOL, Severino Melo, conversou sobre sua adesão à coordenação de campanha da coligação Caruaru Pode Mais, que causou surpresa a companheiros de partido e ao próprio eleitorado caruaruense. Ele voltou a citar o descontentamento que sente com a atual gestão de Queiroz e com o grupo da base do governo, mas citou também que respeita o prefeito, enquanto líder histórico para a Capital do Agreste.
“Eu não voto em Queiroz, voto em Fábio, mas Zé Queiroz não merece passar o que está passando. Em seus primeiros mandatos, ele recebeu uma administração totalmente desorganizada e revolucionou a gestão municipal na década de 1990 e conseguiu grandes investimentos para a cidade. Ele é uma grande referência, mas acredito que o tempo dele já passou. É como colocar uma pessoa mais velha para disputar uma corrida com um jovem de 20 anos. Ele não conseguiu colocar em prática todos os sonhos que ele queria para essa gestão. O que aconteceu Caruaru está sendo pensada por meio dúzia de pessoas, em uma situação em que o prefeito fica blindado, fora da realidade”, explicou Zé Carlos.
Para quem não lembra, Zé Carlos assumiu inicialmente o cargo de Diretor de Feiras e Mercados em Caruaru na gestão atual de Zé Queiroz, mas foi exonerado em 2010 pelo prefeito. A justificativa da prefeitura, à época, é que havia divergências administrativas quanto às alterações de funcionamento da Feira da Sulanca. No entanto, segundo Zé Carlos, nem mesmo ele sabe dizer o motivo real de ter sido exonerado.
Ainda segundo o petista, a gestão de Queiroz conseguiu fazer mais do que a gestão Tony Gel/Neguinho Teixeira, no entanto ele acredita que o prefeito não fez o suficiente e salientou que faltou a participação popular na prefeitura. “Faltou diálogo nessa gestão, eu lembro que no governo de João Lyra, havia pesquisas nos bairros para saber o que a população precisava. Isso hoje é Orçamento Participativo, algo que deveria ser implantado na gestão de Queiroz”, salientou.
Para o coordenador, o momento atual é analisar esse tipo de proposta que ele classifica como propositiva e que está alinhada à participação popular. Segundo o petista, Fábio se enquadra nesse contexto, ponderando que o foco da campanha não deve ser se prostituir politicamente em busca de votos de quem não deseja votar nem no prefeito, nem em Miriam. E no que se refere ao Democratas, ele também frisou que de forma alguma compactuaria com um programa de governo de Miriam Lacerda. “Se fosse pra eu querer apoiar Miriam e Tony Gel, eu viraria militante deles, mas eu não acredito em Miriam, nem em Tony e sempre combati os ideias que eles representam. Meu compromisso é com um governo de esquerda”, declarou.