Um ano após ser criado, os integrantes do MAIS (Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista) decidiram fazer parte do PSOL. A definição foi tomada no I Congresso do movimento, realizado no último final de semana, em São Paulo (SP).
“O MAIS se somará ao PSOL para fortalecer a luta contra Temer e as reformas. E para conquistar nas ruas as Diretas Já, para presidente e o Congresso. Mas há um sentido mais profundo em nossa decisão. É tempo de construir um novo caminho para a esquerda brasileira. Os treze anos de governos de conciliação de classe do PT desaguaram, tragicamente, no golpe parlamentar e no governo Temer, apoiado apenas pelos deputados. É preciso extrair lições dessa experiência”, diz o manifesto divulgado.
Com cerca de 800 militantes em quase todos os estados do país, o MAIS atuava como movimento independente desde que surgiu, no dia 23 de julho de 2016.
Parte dos integrantes tem origem na Convergência Socialista, grupo trotskista formado nos anos 1980. Integram o movimento nomes como o professor Valério Arcary, fundador do PT e do PSTU; o da professora Amanda Gurgel, a mais votada vereadora da história de Natal (RN); Mauro Puerro, ex-vereador de São Paulo (SP) e dirigente da central sindical CSP-Conlutas; Matheus Gomes, ativista do movimento negro e liderança dos protestos de junho de 2013 em Porto Alegre (RS); Henrique Carneiro, professor da USP e militante antiproibicionista; Zé Gotinha, coordenador geral do sindicato da construção civil de Belém; a professora Silvia Ferraro, ativista do movimento de mulheres e da Frente Povo Sem Medo, e Nestor Bezerra, do sindicato da construção civil de Fortaleza (CE).
“Estamos dando um passo para construir uma alternativa ao PT pela esquerda. Não podemos ficar reféns dos retrocessos do Temer e nem do lulismo. Para nós, o PSOL é parte desse polo alternativo que irá cumprir esse papel”, opinou Valério Arcary.
A decisão do MAIS também era esperada pelos militantes do PSOL. “É com imensa alegria que nós recebemos a informação de que, no congresso do MAIS, esta organização decidiu ingressar nas fileiras do PSOL, se tornando uma corrente interna de nosso partido. Nós estamos vivendo um momento de grandes dificuldades para o povo brasileiro, de retirada de direitos, mas também um momento de reorganização da esquerda e estamos empenhados para que esta reorganização da esquerda seja feita reunindo todos aqueles que lutam por democracia, por liberdade, que lutam pelo socialismo, aqueles que, nas ruas, estão se unindo contra o golpe, se unindo para não perder direitos. São bem vindos às fileiras do PSOL e, certamente, nesse processo congressual, as suas visões, as suas contribuições engrandecerão ainda mais o processo democrático de construção do programa para 2018 e da plataforma para reorganizar a esquerda no Brasil”, afirmou o presidente do PSOL, Luiz Araújo.